quarta-feira, 2 de abril de 2008

Como?

Como apagar em mim
Teus beijos embebidos de amor
Se me acompanham o gosto da boca
Por todos os caminhos que vou?

Como nunca mais pensar
Nos teus olhos pequenos e negros
Se seguem os rumos dos meus
E falam de universos perfeitos?

Como desmanchar meus desejos
De contigo eternamente estar
Se teus anseios ocuparam meus sonhos
E sem ti desaprendi a sonhar?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Meu Bem

Eu sei, meu bem,
Não foi em vão
O sentir que ainda
É vivo no coração.

Se me prende
A alma a chorar,
Se me acelera
O espírito a lembrar,
Se me desperta
A mente no olhar,
Se me abandona
O destino a respirar,
Se me finaliza
A vida te deixar.

Eu sei, é o amor
Que nunca é vão.
É eterno, é forte,
Invade o coração.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Andanças

Escrevi teu nome nas estrelas
Da noite da capital argentina.
Buenos Aires tua voz en-canta,
Entoando tuas cantigas antigas.

Desenhei teu rosto na areia
Das praias azuis do Oceano.
No Pacífico a imagem dança,
Tal qual baila bailarino cigano.

Cravei teus passos nas calçadas
Das ruas da capital chilena.
Santiago segue este caminhar,
Apaga do coração meu sonhar.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Entre todos

Entre as pernas que passam
Sinto teus passos disparados,
Espero-te aqui, ao meu lado
De olhos tristes e fechados.

Entre os lábios que se abrem
Sinto tua boca me chamando,
Acompanho tua voz calada,
Sonho teus beijos me guiando.

Entre olhos que me olham
Sinto os teus, me fitando,
Desvio meu rosto gelado,
Quero teu olhar me roubando.

Entre corações que sofrem
Sinto o meu, te amando,
Busco teu amor impossível,
Sou amante de dor gritando.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quanto vale um grande amor?

Se o amor é um jogo
E no jogo tenho azar.

Se o amor aprendi nos versos
E meus poetas estão mortos.

Se o amor é incondicional
E só você eu sei amar.

Quanto vale um grande amor?

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Caçador de Borboletas

Estava a correr sozinho
Com uma livre alma de amor
Buscando um não sei o quê
De especial, lúdico e sedutor.

Passando por jardins de cores,
Laranja e vermelho encantador,
Mirando o brilho do passado
De flores e amores plantados.

Fechando os olhos aos amores
Ignorando do jardim as belezas
Correndo atrás de flores que voam
Ele era um caçador de borboletas.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O Dia Seguinte

No dia seguinte, branco o céu,
As vozes, os sinos da igreja,
Mudaram de tom, de timbre,
Entoavam hinos de tristeza.

Como formas de Van Gogh
Pairavam as árvores num viver
Tão triste e tão melancólico
Que as flores quiseram morrer.

E a caminhada sem ritmo
E a dor da falta de destino,
Lágrimas apressadas nos olhos
Num chorar quase que repentino.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Constante

Amando-te, mesmo sem ter-te,
nossas almas separadas pelo mundo,
nossos lábios unidos apenas em sonho
que conservo guardado, longe de tudo.