terça-feira, 19 de junho de 2007

Quando olhar nos olhos teus

Quando encontrarem olhos meus
com teus verdes olhos de mel,
esquecerá minha boca o fel
e dormirão meus olhos nos teus.

Quando abrirem os olhos meus,
descerão as estrelas do céu,
arrancando do teu rosto o véu
que cobre estes lindos olhos teus.

Quando se perderem os olhos meus
no desenho do teu rosto de papel,
venceremos os vilões do cordel
com a força dos imortais olhos teus.

Quando pousarem os olhos meus
nos teus beijos jogados ao leo,
instalar-se-á uma longa Babel,
pois roubarei os mágicos olhos teus.

Mística Tristeza

Eu despejo minhas lágrimas brancas,
sem motivos claros para chorar,
passo os dias inteiros a lamentar,
inventando um mar de tristezas tantas.

E navegando neste mar escuro,
perco o vôo dos pássaros coloridos,
sem enxergar que não há motivos
para tornar meu coração duro.

E enfeitiçada pela sutil beleza,
inspiração para insinceros versos,
desenterro frios sentimentos imersos,
sou seduzida pela mística tristeza.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Um dia

Eu quero amar teus olhos,
quero cantar minhas rimas
do amor rasgado, perdido,
a tradução de doces sonhos.

Tentando seduzir olhares calados,
apenas por tentar, sem ganhar
teus olhos castos de sentimentos,
inocente coração almejado.

E um dia dizer-te os versos
que escrevi a homenagear
o meu amor, ainda a chorar.

E um dia teu amor,
meu amor vai encontrar
e, em eterno, ficarei a te beijar.

Negra e Triste Borboleta

Dancei a música dos teus lábios,
doces lábios cantando paixão,
como uma tola borboleta a voar
tentei, em vão, seguir tua canção.

Voei por jardins sedentos de amor,
não derramei meu amor, mas guardei
no sorriso colorido destas asas
a ti, meu virgem coração, entreguei.

Uma triste e negra borboleta,
eis o retrato do que me tornei,
vagando pelas noites no céu
ao sombrio e mórbido me voltei.

Por teu fragante vôo me apaixonei,
um pássaro livre, que livrou
minh'alma presa neste mundo,
hoje é presa ao amante que voou.

O Último Vôo da Borboleta

Pobre borboleta de alma amante,
voou para o Sol e para a Lua,
procurou a ti, beija-flor errante,
implorou uma resposta tua.

Fracas asas que voam no céu,
sumindo nestas nuvens de amor
em meia a tantas doses de fel
procura o perfume de outra flor.

Alça vôo, rápida e valente,
a borboleta perdida em lágrimas,
derramadas a ti, cigano doente,
iludiu estas asas com tua mágica.

Estás perdendo o amor, beija-flor,
enquanto voa esta alma insana,
perdes da borboleta os beijos de amor,
te esqueces que ora o vento engana.